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Paraíba Poética

Eulajose Dias de Araújo

EULAJOSE era poeta. O Conheci quando ainda menino, na rua São Miguel, no Varadouro, nesta Capital, onde o mesmo, juntamente com seu pai e seu irmão Dedé, eram barbeiros, depois foi funcionário civil do 1º Grupamento de Engenharia. Não recordo a data do seu falecimento.

Joseride Lucena


SIMPLES ODE À SEGUNDA CIDADE MAIS VERDE DO MUNDO

"Verde que te quereo verde"
Digo eu de João Pessoa,
Porque Garcia Lorca já disse
Da verde mata, da verde relva
Di verde verde, do verde
Verdemente violentamente
Do verde que destoa:

Um felino gato verde
Deu um pulo de Londres
A João Pessoa,
Se confundindo
Com o verde da Lagoa.

(ANTOLOGIA LITERÁRIA DA PARAÍBA /
IDELETTE FONSECA DOS SANTOS,
Grafset, João Pessoa, 1993. P.103)
 




BASTA XEROCAR
Eulajose Dias de Araújo

Não precisa criar,
basta xerocar.
Xerocar a natureza,
as árvores tesas
pela poluição rasteira.
Não precisamos criar.
Não devemos mais criar,
essa arte resolve,
é só fazer exercício
de colagem
das fotografias das cidades,
do campo, do gado
nas pastagens.

O artista agora é
um vácuo só
o xeróx absorve,
só engatar como trem,
engatar carro sobre carro.
Até de um escarro
Augusto dos Anjos
não precisava falar,
era só xerocar o escarro
e aquele monte de palavrear
era só xerocar
do dicionário.
Não precisava nem mesmo
falar de beijo
nem de véspera
de nenhum itinerário
nem de um enterro,
bastava só xerocar.

 

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